A inferência é o processo pelo qual chegamos a uma conclusão a partir de um conjunto de premissas.
Em termos simples, é o ato de deduzir algo com base em informações já conhecidas.
Esse processo é fundamental para a construção do conhecimento, para o raciocínio lógico e para o desenvolvimento de argumentos.
Por exemplo, se sabemos que:
Premissa 1: Todos os seres humanos são mortais.
Premissa 2: Sócrates é um ser humano.
Podemos inferir que:
Conclusão: Sócrates é mortal.
Esse é um exemplo de inferência dedutiva, que será explorada mais adiante.
Existem dois tipos principais de inferência que são amplamente discutidos na lógica: a inferência dedutiva e a inferência indutiva. Vamos analisar cada uma delas.
A inferência dedutiva ocorre quando a conclusão é necessariamente verdadeira, desde que as premissas sejam verdadeiras. Esse tipo de inferência é caracterizado pela certeza.
Exemplo:
Premissa 1: Se chove, então o chão fica molhado.
Premissa 2: Está chovendo.
Conclusão: O chão está molhado.
Esse é um exemplo de uma inferência válida, pois a conclusão segue logicamente das premissas. Se ambas as premissas forem verdadeiras, a conclusão será, obrigatoriamente, verdadeira.
Um argumento dedutivo é válido se a conclusão segue logicamente das premissas.
Um argumento é sólido se, além de válido, as premissas forem verdadeiras no mundo real.
A inferência indutiva, por outro lado, envolve generalizações a partir de observações específicas. A conclusão não é garantida, mas tem uma certa probabilidade de ser verdadeira.
Exemplo:
Premissa 1: O sol nasceu hoje.
Premissa 2: O sol nasceu ontem.
Conclusão: O sol nascerá amanhã.
Esse tipo de inferência é amplamente utilizado nas ciências experimentais e no nosso dia a dia. No entanto, diferentemente da dedução, a indução não garante a verdade da conclusão.
Na lógica proposicional, o processo de inferência é feito a partir de proposições. (Mas o que são proposições? São declarações que afirmam algo que pode ser verdadeiro ou falso, como “Está chovendo” ou “O HMPV é um vírus”. Na lógica, trabalhamos com essas proposições de maneira simbólica, abstraindo o conteúdo específico e focando na estrutura do raciocínio para garantir a validade das inferências.)
As regras de inferência são usadas para transformar um conjunto de proposições em novas proposições, de maneira válida.
Algumas das principais regras de inferência utilizadas na lógica proposicional incluem:
Modus Ponens: Se e são verdadeiros, então também é verdadeiro.
Modus Tollens: Se e são verdadeiros, então também é verdadeiro.
Silogismo Hipotético: Se e são verdadeiros, então também é verdadeiro.
Essas regras garantem que o processo de inferência seja válido e consistente.
A estrutura refere-se à forma como as proposições estão organizadas e interconectadas para que a conclusão seja uma consequência necessária das premissas.
Por exemplo, a regra do Modus Ponens segue a estrutura
que garante uma inferência válida independentemente do conteúdo específico das proposições. Isso significa que, desde que respeitemos a forma estrutural correta, o argumento será válido, independentemente do tema ou contexto abordado.
Um ponto importante ao estudar inferência é entender que nem toda inferência é válida. Quando o raciocínio falha, temos o que chamamos de falácia. As falácias podem surgir tanto em argumentos dedutivos quanto indutivos, e reconhecer essas falhas é essencial para evitar erros de raciocínio.
Por exemplo, uma falácia comum é a negação do antecedente:
Premissa 1: Se chover, o chão ficará molhado.
Premissa 2: Não está chovendo.
Conclusão: O chão não está molhado.
Essa conclusão é inválida, pois o chão pode ficar molhado por outros motivos, como alguém derramando água.
Para aprimorar o raciocínio lógico e evitar falácias, é importante praticar a identificação de premissas e conclusões, bem como as regras de inferência válidas. Aqui estão algumas dicas:
Analise as premissas: Certifique-se de que todas as premissas são verdadeiras e relevantes para o argumento.
Verifique a validade: Pergunte-se se a conclusão realmente decorre das premissas.
Evite generalizações precipitadas: Em argumentos indutivos, certifique-se de ter observado casos suficientes antes de fazer uma generalização.
O processo de inferência é uma ferramenta poderosa para o raciocínio humano.
Ele nos permite construir conhecimento, elaborar argumentos e tomar decisões com base em informações disponíveis.
Entender como funcionam as inferências dedutivas e indutivas é fundamental para aprimorar o pensamento crítico e evitar falácias.
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